Depois da decisão de adiarmos a subida aos campos de altitude, acordamos mais descansados e preparados para encararmos a nova estratégia proposta por nosso guia Ivan.

Seria uma jornada bastante desafiadora pois sairíamos de Plaza de Mulas a 4.300m de altitude para 5.500m de uma única vez!, com o efeito da altitude ainda mais forte e o clima que estava bastante frio e havia nevado na noite anterior.

Primeira etapa Plaza Canadá vencida e uma alegria sem tamanho

Estamos muito ansiosos por esta jornada e tínhamos dentro de nós o aprendizado do verdadeiro sentido da expedição: mais que o cume estávamos buscando encontrar a transformação pessoal que ele representa.

Com esse sentimento de alegria e leveza, seguimos com nossas pesadas mochilas cargueiras para a primeira etapa até Plaza Canadá a 5.050m, em uma subida extremamente pesada por ser íngreme e de muitas pedras soltas.

Chegar bem fisicamente e mentalmente ao primeiro objetivo do dia nos trouxe uma alegria sem tamanho e olhar desta altura a imensidão do Parque Provincial Aconcágua  foi uma imagem exuberante.

Plaza Canada

Nido de Condores: a satisfação de superar limites, adversidades e atingir objetivos

Depois de um rápido lanche e muita hidratação, seguimos o trekking para Nido de Condores em uma subida menos íngreme.  A medida que fomos progredindo ia parecendo que faltava ainda muito mais, dado os efeitos da altitude dificultando a respiração e os passos que começam a ficar mais lentos.   É uma sensação de que a sua energia e forças vão se esgotando meio que sugados pela energia maior da montanha.

Mas fomos seguindo com o aprendizado de que se construí a jornada dando passo por passo e assim foi até chegarmos ao campo de altitude e encontrar com todo nosso grupo que celebrou a nossa chegada

Nesta hora todo o cansaço e desgaste de cerca de 11,30 horas de trekking deixa de existir e você é tomado por uma imensa satisfação pessoal de superar limites e adversidades, se propor um objetivo e alcançá-lo!      Não tem preço.   Não há palavras que descreva essa sensação.

chegada nido

Respeito a montanha e a si mesmo: decisões importantes em Nido de Condores

Após o encontro com o grupo, fomos para nossa barraca já montada pelos porters para organizarmos os equipamentos e nos preparar para o jantar no campo de altitude.  Estávamos bem cansados da longa jornada mas não sentíamos qualquer sintoma do mal de altitude.

Preparado por nosso guia Fernando, nosso jantar foi no dome da Inka Expediciones com outros montanhistas e lá conversamos sobre as próximas etapas e ficou confirmada a probabilidade de uma nevasca no dia do ataque ao cume que adicionava mais riscos à já difícil ascensão.

Retornando à barraca, felizes e realizados com o que já tínhamos conquistado e agradecidos pela jornada e pelo maravilhoso por do sol, um verdadeiro presente de Deus.

Avaliando nosso cansaço e a situação do clima e seus riscos, tomamos a difícil decisão de interrompermos a expedição naquele momento e retornar para Plaza de Mulas no dia seguinte.

Foi uma decisão dura mas consciente: na alta montanha o mais importante é se manter lúcido, reconhecer a sua situação e respeitar a montanha.   Muitos montanhistas perdem suas vidas por estarem obstinados pelo cume sem reconhecer que o cume e a verdadeira conquista está dentro de si mesmo.

Na mesma noite, a Andrea começou a tossir devido ao cansaço e os guias nos levaram à casa dos guarda-parques e médicos que avaliaram que a oxigenação estava um pouco baixa (XX) e deram um remédio para controlar e evitar qualquer possível complicação – em alta montanha todos os sinais devem ser avaliados.

Na manhã do dia seguinte, tomamos café da manhã com o grupo que seguiu para o campo de altitude 3 – Cólera enquanto nós retornamos pela rota dos porteadores chegando em 3,5 horas em Plaza de Mulas.

jantar

por do sol 2