Soroche é a expressão usada na América do Sul para o tão temido mal da altitude.
Os montanhistas começam a estar expostos a seus efeitos acima de 2.400m de altitude isso porque, quanto mais alto, menor é a pressão atmosférica e o oxigênio começa a ficar mais rarefeito.
A atividade física – caminhadas, trekkings e corridas – agrava ainda mais seus efeitos.
Ficar atento aos sinais do seu corpo pode salvar sua vida
Quando o corpo recebe menos oxigênio, ele reage e altera sua situação atual:
- Cria mais glóbulos vermelhos para capturar mais oxigênio e essa ação faz com que o sangue engrosse e o coração tenha que fazer mais força e bater mais rápido para fazer o sangue circular, subindo a pressão arterial. Um dos riscos nesta situação é ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral), com o rompimento de uma veia.
- O Pulmão também se modifica e cria mais ramificações de alvéolos pulmonares e com o sangue mais grosso, fica possível a saída de líquido por eles. Um dos riscos é ter um Edema Pulmonar que também ocorre com uma maior evaporação, ocasionando uma chance de desidratação.
- O cérebro, também sente e pode gerar inflamações e dores de cabeça fortes. Neste caso, podem causar um Edema Cerebral.
Estando em alta montanha, fique atendo para os principais sintomas do Mal de Altitude como: Dores de Cabeça, Falta de apetite, Diarreia, Insônia, Falta de ar, Tontura, Fraqueza e Náuseas.
Os sintomas mais graves de Edema pulmonar (líquido nos pulmões) são: tosse seca, febre e falta de ar mesmo quando em repouso.
Já para o edema cerebral (inchaço do cérebro) os sintomas mais graves são: dor de cabeça forte, caminhada instável, perda gradual da consciência e aumento de náusea.
Nunca subestime os sintomas e, nos casos dos sintomas graves, procure ir o mais rápido possível para altitudes mais baixas.
Como melhor se adaptar aos efeitos do mal de altitude
Planejar um processo de aclimatação adequado, sem “pular” nenhum passo é fundamental para evitar ou minimizar os efeitos da altitude que podem colocar a sua vida em risco e terminar terrivelmente uma expedição.
Importante também é estar saudável sem doenças anteriores e não esquecer o melhor remédio: tomar AGUÁ, MUITA AGUÁ (até mesmo antes do iníco da expedição)!!
Nossa experiência permitiu evitarmos o mal de altitude durante a expedição
Seguimos nosso plano de aclimatação para o Aconcágua à risca e fizemos 4 ciclos de aclimatação – ciclo 1 Penitentes, ciclo 2 Campo Base Confluência, ciclo 3 Plaza de Mulas e ciclo 4 Campos de Altitude.
A água foi nossa companheira desde antes de sairmos do Brasil e em todos os momentos da expedição – eram de 4 a 5 litros por dia para cada um de nós.
Além disso, chegando em Plaza de Mulas, após comer , montar a barraca e organizar as nossas coisas, todos tivemos que passar pelo médico, onde medimos a pressão e oxigenação, dando informações de como nos sentíamos, garantindo que estávamos bem.
A partir daí todas as noites fazíamos o acompanhamento de nossa oxigenação, com nossos guias após o jantar, mantendo um relatório individual de acompanhamento.
Assista também nosso video explicando um pouco mais sobre esse importante tema.